sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Tentando entender os Minions...


 

Jair Messias Bolsonaro, a quem se dará a alcunha de Messias, iniciou sua vida pública em 1989, se elegendo vereador pela capital fluminense. Na sequência, antes de terminar o mandato para o qual foi eleito, elegeu-se deputado federal, em 1991, mesmo ano em que Fernando Collor for eleito.

Após sete reconduções no legislativo, tornou-se Presidente do Brasil. Evidentemente, não pelo seu brilhantismo como legislador. Você, que votou em Messias, sabe muito bem que não votou por sua atuação na Câmara.

Pois bem.

A construção de um Brasil moderno, cujos primeiros passos foram dados na secunda metade do século XIX, tem sua grande ascensão após a Revolução de 1930, em que se inicia um processo de acumulação assentado na expansão industrial.

Mesmo com o Brasil vivendo o que se chamou de milagre econômico, não houve as reformas estruturais básicas, a exemplo da reforma agrária, foi uma expansão com traços absolutamente plutocráticos: um desenvolvimentismo conservador, em lugar de um desenvolvimentismo democrático.

Nesse cenário, o Brasil chega aos anos 80, nas palavras de Celso Furtado, com uma sociedade deformada e fraturada.

Aqui começam as dúvidas.

Quem viveu a década 1980 há de lembrar da ruptura com o padrão desenvolvimentista das décadas anteriores. Quem não viveu, basta procurar saber que foi o momento do aprofundamento da crise internacional que, aliado ao colapso do Acordo de Bretton Woods, fez com que os Estados Unidos promovessem o choque de juros, o que, na prática, levou diversos países da periferia endividados, à bancarrota.

Passou-se pela década, com a economia estagnada (aumento médio de 0,9%), mas, no alvoroço social da liberdade após a repressão de 20 anos. Na economia, segundo o Professor Luiz Gonzaga Belluzzo, a contenção do colapso foi feita por meio de uma ampla socialização dos riscos.

A partir da década de 1990, houve grandes mudanças no cenário econômico mundial, que ditaram o padrão a ser seguido pelos países periféricos: NÓS. O início da década foi marcado por severa crise econômica, com um cenário monetário absolutamente instável, com sucessivos planos malfadados, Plano Cruzado, 86; Plano Bresser, 88; Plano Verão, 89; Plano Brasil Novo (Plano Collor), 90, Plano Collor II, 91... inflação mensal próxima a 100%!

As tentativas de conter as crises impostas criou um cenário de desmantelamento das instituições, favorável, portanto, a um novo plano de estabilização. Assim, no final de 1993, surge o Plano Real, trazendo sua aparente estabilidade financeira, ocultando o fato de ter se sustentado por emissão de dívida pública com elevadíssima taxa de juros.

No final de 1998, com a severa crise, o país pactou um novo modelo de política econômica com o FMI, cujo tripé persiste até hoje: meta inflacionária, câmbio flutuante e política fiscal contracionista. Segue-se, então, sucessivos pactos com o Fundo Monetário Internacional, do qual o Brasil só se vê livre em 2005.

De onde, raios, o pessoal que viveu tudo isso, acha que a ditadura foi boa, “ao menos economicamente”, e que FHC salvou o Brasil?

Esse público, hoje, se divide, basicamente, em dois: Os Minions e os Amoedors.

Os segundos, são os primeiros arrependidos, e é interessante saber o porquê de considerar boa aquelas épocas. A vida era melhor? E, óbvio, não me refiro a hoje, em meio a uma pandemia e sendo governados pelo Messias do Caos.

Os primeiros... bem, os primeiros não me interessa saber o que acham, porque só acham, não pensam!