quarta-feira, 28 de abril de 2010

Futuro


Depois de muitooo tempo, vamos lá!
Sobre o futuro, assim que penso, vem-me aquela canção do Toquinho... "e o fututo, é uma astronave que tentamos pilotar, não tem dia, nem piedade, nem tem hora de chegar... sem pedir licença muda nossa vida, e depois convida a rir ou chorar" ...
E é engraçado, que por mais que eu concorde com essa letra, tenho a clara impressão que posso manipular o que vem pela frente. Pra mim é tão óbvio que certas coisas sejam matemáticas, lógicas, que não consigo enxergar tanta interferência assim!
E de fato, nossas vidas, vejam, é um pouco cartesiana, no sentido mais raso dessa palavra, ou seja, tudo separadinho, certinho, dois e dois são quatro e ponto final. Nossas escolhas, por mais que não saibamos qual o futuro de nossas vidas, sabemos qual ela não terá, com certas escolhas.
É certo que tratando-se de relacionamentos, mormente os amorosos, tudo fica bem mais complicado (ainda que até nisso eu enxergue razão). O que penso, porém, é que esse tema me veio a mente por razões profissionais, pelo fato de estar (enfim) no último ano de faculdade, de não estar estudando um terço daquilo que deveria, enfim... minha angústia e insônia aumentam a cada minuto só de pensar no futuro, porque se há uma certeza que tenho na vida é que nós só colhemos aquilo que plantamos, sabendo sempre que a plantação é opcional, mas a colheita, hum!, essa nos é imposta, e sem pedir licença muda nossas vidas...

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Poemas...



Como primeira postagem, seria legal não me colocar como autor principal. Não por nenhum motivo em especial, mas pelo simples fato de que não tenho absolutamente nenhuma ideia do que escreverei, mas sei que quero tornar um hábito...

Então, até tomar uma forma, ou encontrá-la, postarei poemas, e tentarei comentá-los!

Autopsicografia

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que leem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que ele não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira a entreter a razão
Esse comboio de corda,
Que se chama coração.

Fernando Pessoa


Há bem pouco tempo que li pela primeira vez esse poema, aliás, sempre falei a primeira estrofe errada (e só sabia ela).
Depois de lê-lo, então, achei mais maravilhoso do que já imaginava! E acho que é bem assim mesmo, não? Sempre olhamos para nossos erros passados, e, se já estão superados, em todas as suas consequências, de fato nos sentimos bem, não pelo que sentimos, mas por tê-los superados, acreditando sempre que o que não mata engorda, uma maneira obesa de citar Nietzsche.
E assim, nossa razão, vai sendo levada por nossos sentimentos, porque quanto mais nos achamos racionais menos somos...