Jair Messias Bolsonaro, a quem se dará a alcunha de Messias, iniciou sua vida pública em 1989, se elegendo vereador pela capital fluminense. Na sequência, antes de terminar o mandato para o qual foi eleito, elegeu-se deputado federal, em 1991, mesmo ano em que Fernando Collor for eleito.
Após sete reconduções no legislativo, tornou-se Presidente
do Brasil. Evidentemente, não pelo seu brilhantismo como legislador. Você, que
votou em Messias, sabe muito bem que não votou por sua atuação na Câmara.
Pois bem.
A construção de um Brasil moderno, cujos primeiros passos
foram dados na secunda metade do século XIX, tem sua grande ascensão após a Revolução
de 1930, em que se inicia um processo de acumulação assentado na expansão industrial.
Mesmo com o Brasil vivendo o que se chamou de milagre econômico,
não houve as reformas estruturais básicas, a exemplo da reforma agrária, foi
uma expansão com traços absolutamente plutocráticos: um desenvolvimentismo
conservador, em lugar de um desenvolvimentismo democrático.
Nesse cenário, o Brasil chega aos anos 80, nas palavras de
Celso Furtado, com uma sociedade deformada e fraturada.
Aqui começam as dúvidas.
Quem viveu a década 1980 há de lembrar da ruptura com o
padrão desenvolvimentista das décadas anteriores. Quem não viveu, basta
procurar saber que foi o momento do aprofundamento da crise internacional que, aliado
ao colapso do Acordo de Bretton Woods, fez com que os Estados Unidos
promovessem o choque de juros, o que, na prática, levou diversos países da
periferia endividados, à bancarrota.
Passou-se pela década, com a economia estagnada (aumento médio
de 0,9%), mas, no alvoroço social da liberdade após a repressão de 20 anos. Na
economia, segundo o Professor Luiz Gonzaga Belluzzo, a contenção do colapso foi
feita por meio de uma ampla socialização dos riscos.
A partir da década de 1990, houve grandes mudanças no cenário
econômico mundial, que ditaram o padrão a ser seguido pelos países periféricos:
NÓS. O início da década foi marcado por severa crise econômica, com um cenário
monetário absolutamente instável, com sucessivos planos malfadados, Plano
Cruzado, 86; Plano Bresser, 88; Plano Verão, 89; Plano Brasil Novo (Plano
Collor), 90, Plano Collor II, 91... inflação mensal próxima a 100%!
As tentativas de conter as crises impostas criou um cenário
de desmantelamento das instituições, favorável, portanto, a um novo plano de
estabilização. Assim, no final de 1993, surge o Plano Real, trazendo sua
aparente estabilidade financeira, ocultando o fato de ter se sustentado por
emissão de dívida pública com elevadíssima taxa de juros.
No final de 1998, com a severa crise, o país pactou um novo
modelo de política econômica com o FMI, cujo tripé persiste até hoje: meta
inflacionária, câmbio flutuante e política fiscal contracionista. Segue-se,
então, sucessivos pactos com o Fundo Monetário Internacional, do qual o Brasil
só se vê livre em 2005.
De onde, raios, o pessoal que viveu tudo isso, acha que a
ditadura foi boa, “ao menos economicamente”, e que FHC salvou o Brasil?
Esse público, hoje, se divide, basicamente, em dois: Os Minions e os
Amoedors.
Os segundos, são os primeiros arrependidos, e é interessante
saber o porquê de considerar boa aquelas épocas. A vida era melhor? E, óbvio,
não me refiro a hoje, em meio a uma pandemia e sendo governados pelo Messias do
Caos.
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